Como investir em CRA?
Investir em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) é uma forma de aplicação no mercado financeiro que oferece ao investidor a oportunidade de participar do financiamento do setor agrícola. Os CRAs são títulos de renda fixa que têm como lastro recebíveis originados de operações realizadas no agronegócio, como créditos decorrentes de vendas de grãos, carnes, leite e outros produtos agrícolas. Aqui estão os passos gerais para investir em CRA:
1. Entenda o que é o CRA
O CRA é um título de dívida emitido por empresas do agronegócio ou securitizadoras, com o objetivo de captar recursos para financiar as atividades do setor. O rendimento do CRA geralmente está atrelado a uma taxa de juros fixa ou variável, dependendo do tipo de emissão, e os pagamentos de principal e juros são realizados periodicamente.
2. Escolha o tipo de CRA
Os CRAs podem ser classificados de acordo com a forma de remuneração, como:
- Taxa fixa: O investidor sabe exatamente quanto vai receber de rentabilidade no momento da compra.
- Taxa pós-fixada: A rentabilidade está atrelada a algum indicador, como o CDI ou a inflação.
Além disso, o CRA pode ter prazos variados, de curto a longo prazo, e pode ser emitido com ou sem a garantia do ativo lastreado.
3. Abra uma conta em uma corretora de valores
Para investir em CRA, você precisará de uma conta em uma corretora de valores que ofereça esse tipo de produto. Escolha uma corretora que tenha uma plataforma segura e ofereça opções de investimentos em renda fixa, incluindo CRAs.
4. Pesquise sobre as emissões de CRAs
Você pode comprar CRAs diretamente durante uma oferta pública (quando as empresas ou securitizadoras emitem novos títulos) ou de forma secundária (no mercado secundário, através de negociação entre investidores). Muitas corretoras disponibilizam informações sobre as ofertas de CRAs e as condições de compra.
5. Verifique a classificação de risco do CRA
Como qualquer investimento de renda fixa, é importante verificar a classificação de risco do CRA. As agências de rating, como a S&P, Fitch e Moody’s, atribuem notas aos CRAs, refletindo o risco de crédito do emissor. Títulos com menor risco de crédito costumam oferecer taxas de retorno mais baixas, enquanto títulos mais arriscados tendem a oferecer rentabilidades mais altas.
6. Compre o CRA
Após escolher o CRA que se alinha aos seus objetivos financeiros e perfil de risco, você pode realizar a compra através da plataforma da corretora. O investimento pode ser feito em unidades ou lotes do título, de acordo com o valor mínimo da emissão.
7. Acompanhe o desempenho do CRA
Depois de adquirir o CRA, é importante acompanhar seu desempenho. Embora os CRAs ofereçam uma rentabilidade previsível, o valor do título pode variar dependendo das condições de mercado, do setor agrícola e da saúde financeira da empresa emissora.
8. Observe a tributação
Os CRAs são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas, o que pode torná-los um investimento atraente em termos fiscais, principalmente para quem busca investimentos de longo prazo.
9. Venda no mercado secundário (se necessário)
Se desejar liquidar sua posição antes do vencimento do título, você pode vender o CRA no mercado secundário. No entanto, vale lembrar que o valor de venda pode ser maior ou menor que o valor de compra, dependendo das condições de mercado no momento da negociação.
10. Receba os pagamentos
Os CRAs pagam juros de acordo com as condições de emissão (mensais, trimestrais ou ao final do período). O investidor deve acompanhar o recebimento dos pagamentos de juros e do valor principal, conforme o título.
Cuidados ao investir em CRA:
- Risco de crédito: O principal risco ao investir em CRA é o risco de crédito da empresa ou securitizadora emissora, ou seja, a possibilidade de ela não honrar o pagamento do título.
- Liquidez: Embora os CRAs possam ser negociados no mercado secundário, a liquidez desses títulos pode ser menor que a de outros investimentos em renda fixa mais tradicionais.
- Risco setorial: O agronegócio pode ser impactado por fatores climáticos, mudanças regulatórias ou variações nos preços das commodities, o que pode afetar a capacidade de pagamento dos devedores.