Como o IGP-M é calculado?

Como o IGP-M é calculado?

O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) é um indicador econômico amplamente utilizado no Brasil, especialmente para reajustes de contratos, como aluguel, tarifas públicas e outros. Ele reflete a variação média dos preços de uma cesta de bens e serviços em diversos setores da economia brasileira. Neste artigo, vamos explorar em detalhes como o IGP-M é calculado, quais são os componentes que o compõem e qual a sua importância para a economia e para os investidores.

O que é o IGP-M?

O IGP-M foi desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e é um dos principais indicadores da inflação no Brasil. Ele mede a variação de preços de uma cesta de bens e serviços que envolve tanto o consumidor quanto o produtor, além de refletir as alterações nos custos da produção. Seu principal uso está em contratos de longo prazo, especialmente no setor imobiliário, onde é comum encontrar cláusulas de reajuste baseadas nesse índice.

O cálculo do IGP-M é feito por meio de uma média ponderada dos preços coletados em três setores da economia: o atacado, a construção civil e o varejo. Cada um desses componentes tem um peso específico no cálculo final do índice, o que torna o IGP-M um reflexo equilibrado da variação de preços em diferentes áreas da economia.

Os componentes do IGP-M

O IGP-M é composto por três subíndices, que são ponderados de maneira diferente para calcular o valor final do índice:

  • Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M): Representa a variação de preços de bens e serviços no atacado, ou seja, o preço pago pelos produtores para os produtos que compram para revenda ou produção. Ele tem o maior peso no cálculo do IGP-M, cerca de 60%.
  • Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M): Mede a variação de preços no varejo, ou seja, os preços que o consumidor final paga por bens e serviços. Este subíndice possui um peso de cerca de 30% no cálculo do IGP-M.
  • Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M): Reflete as variações nos custos de materiais e mão de obra da construção civil, com um peso de 10% no IGP-M.

Esses três subíndices são calculados separadamente e, posteriormente, combinados para gerar o valor final do IGP-M, com base nas ponderações definidas pela FGV.

Como é calculado o IPA-M?

O IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo) reflete as variações de preços no atacado e é composto por dois grupos principais:

  • Bens Industriais: Inclui produtos como matérias-primas, bens intermediários, produtos manufaturados e outros produtos que são comprados para produção ou revenda.
  • Bens Agropecuários: Engloba produtos agrícolas e pecuários, como grãos, carnes, frutas e legumes, que são vendidos no mercado atacadista.

Esses bens são coletados diretamente de produtores, indústrias e comerciantes, e a variação dos seus preços é o que determina a maior parte do valor do IPA-M. O IPA-M tem um peso significativo no IGP-M porque os preços no atacado impactam diretamente os custos da produção e, consequentemente, os preços no varejo.

Como é calculado o IPC-M?

O IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor) mede a variação de preços de bens e serviços no varejo, ou seja, os preços pagos diretamente pelo consumidor final. A FGV calcula o IPC-M a partir de uma pesquisa mensal com consumidores em várias regiões do Brasil, coletando informações sobre uma ampla gama de produtos e serviços.

O IPC-M é composto por sete classes de despesa, que incluem:

  • Alimentos e Bebidas: Inclui os preços de produtos alimentícios, como carnes, cereais, frutas, legumes, bebidas, etc.
  • Habitação: Refere-se aos preços de aluguel, contas de energia, água e gás, entre outros custos relacionados à moradia.
  • Vestuário: Engloba os preços de roupas, calçados e acessórios.
  • Artigos de Residência: Inclui móveis, utensílios domésticos e outros produtos para o lar.
  • Saúde e Cuidados Pessoais: Inclui os custos com serviços médicos, medicamentos, cosméticos, etc.
  • Transportes: Engloba os preços de passagens de transporte público, combustíveis, veículos, manutenção de automóveis, etc.
  • Despesas Pessoais: Engloba os preços de serviços como educação, lazer, seguros, entre outros.

A variação no IPC-M reflete a experiência do consumidor comum com os preços no mercado de consumo. Como esse subíndice tem um peso de 30% no cálculo do IGP-M, ele é fundamental para entender a inflação sentida pelos brasileiros no seu cotidiano.

Como é calculado o INCC-M?

O INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção) mede a variação nos custos de construção, que envolvem materiais, equipamentos e mão de obra. A FGV realiza uma pesquisa junto a construtoras e empresas de fornecimento de materiais para calcular esse índice.

O INCC-M é importante porque, além de refletir a variação dos preços no setor da construção civil, ele também serve como referência para reajustes de contratos no setor. A variação no INCC-M influencia diretamente o valor dos imóveis e o custo das obras de construção.

Como a FGV coleta os dados?

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) coleta os dados utilizados para o cálculo do IGP-M por meio de uma pesquisa mensal que envolve uma amostra representativa de preços em diversas regiões do Brasil. A coleta de dados é realizada em estabelecimentos comerciais, mercados atacadistas, indústrias e construtoras. Para garantir que o índice seja representativo, a FGV segue um rigoroso critério de seleção dos itens e serviços que compõem a cesta de bens pesquisada.

Essa pesquisa é realizada de forma sistemática e abrange um grande número de produtos e serviços, o que permite que o IGP-M seja um reflexo fiel das variações de preços que afetam a economia brasileira como um todo.

Qual a importância do IGP-M?

O IGP-M é um indicador importante porque tem várias aplicações práticas na economia brasileira. Ele é amplamente utilizado para reajustar o valor de contratos de aluguel, tarifas públicas, preços de produtos e serviços, e até mesmo para ajustar valores de financiamentos e operações de crédito.

Além disso, o IGP-M é uma referência importante para o Banco Central do Brasil na definição da política monetária e no controle da inflação. Ele também é utilizado por investidores e analistas econômicos para medir a inflação e para tomar decisões de investimento em diversos ativos financeiros.

Conclusão

O cálculo do IGP-M é complexo, mas essencial para entender o comportamento da economia brasileira. Ele é composto por três subíndices – o IPA-M, o IPC-M e o INCC-M – e reflete a variação de preços em diferentes setores da economia. Com uma metodologia detalhada e uma coleta ampla de dados, o IGP-M é um dos principais indicadores utilizados para reajustar contratos e medir a inflação no Brasil.

Ao compreender como o IGP-M é calculado, os investidores e consumidores podem tomar decisões mais informadas sobre seus investimentos, contratos e estratégias financeiras. O IGP-M continua a ser uma ferramenta fundamental para avaliar a saúde econômica do país e para ajustar as expectativas em relação à inflação e aos preços ao longo do tempo.